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2012 - Livro Vermelho 2013

Oxalis hyalotricha Lourteig EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 29-05-2012

Criterio: B2ab(ii,iii,iv)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Oxalis hyalotricha é uma erva ereta ou subarbustiva, terrícola. Ocorre nos Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, em Floresta Estacional Semidecidual e Formações Campestres; habita matas ciliares e/ou orla de matas. Espécie pouco representada em coleções científicas, sendo mais presente no Paraná, onde restam apenas 3,4% de cobertura florestal original. Apesar de ocorrer em unidades de conservação (SNUC), como no Parque Nacional do Iguaçu e Parque Nacional das Sete Quedas, sofre constante ameaça do turismo, expansão urbana desordenada e expansão da agricultura tradicional. A construção das Usinas Hidrelétricas de Ilha Grande e Itaipu, aproveitando o grande aporte do Rio Paraná, influenciou uma grande área de ocorrência da espécie, havendo inclusive registros em áreas a serem inundadas para a construção das barragens. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de certificar a existência de novas subpopulações da espécie, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Oxalis hyalotricha Lourteig;

Família: Oxalidaceae

Sinônimos:

  • > Oxalis hyalotricha subsp. hyalotricha ;
  • > Oxalis hyalotricha subsp. borealis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Bradea 7(1): 14. 1994. Nomes populares: "brusquilla" e "tacuarembó" (Abreu; Fiaschi, 2012).

Distribuição

Ocorre no sul do Paraguai e leste da Argentina (Fiaschi; Conceição, 2005),no Brasil, nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná (Abreu; Fiaschi, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas eretas, subarbustos, terrícolas, de até 40 cm de altura; coletada com flores e frutos em maio (Abreu; Fiaschi, 2012; Fiaschi; Conceição, 2005).

Ameaças

1.3.3 Wood
Severidade very high
Detalhes No Brasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista (Floresta deAraucária), era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km², ocorrendo com maiorintensidade nos Estados do Paraná (40%), Santa Catarina (31%), Rio Grande doSul (25%), apresentando manchas esparsas no sul de São Paulo (3%),internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%). Esta formaçãovegetacional, típica da região Sul do Brasil, abriga componentes arbóreos deelevado valor comercial, como a Araucariaangustifolia (pinheiro) e Ocoteaporosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intenso processo deexploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem maisdo que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas nalista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A FlorestaOmbrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação daregião Sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, masprincipalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século. Noentanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas,substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentoshomogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no Sul doBrasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramáticaredução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005). Por exemplo, no município de Icaraíma (PR), restam apenas 2,91% de cobertura vegetal original de Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Espécie considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Espécie ocorre em unidades de conservação (SNUC): Parque Nacional do Iguaçú e Parque Nacional de Sete Quedas, no Estado do Paraná (CNCFlora, 2012).

Referências

- FIASCHI, P.; CONCEIÇÃO, A.A. Oxalis (Oxalidaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S.; MARTINS, S.E.; KIRIZAWA, M.; GIULIETTI, A.M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Rima, p.301-315, 2005.

- ABREU, M.C.; FIASCHI, P. Oxalis hyalotricha in Oxalis (Oxalidaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB012469>.

- ABREU, M.C. & FIASCHI, P. Oxalidaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.404-405, 2009.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- LEAL, I.R.; SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.; LACHER JR., T.E. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil., Megadiversidade, p.139-146, 2005.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2008-2010. 2011. 122 p.

- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- MEDEIROS, J.D.; SAVI, M.; BRITO, B.F.A. Seleção de áreas para a criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista. Biotemas, v. 18, n. 2, p. 33-50, 2005.

Como citar

CNCFlora. Oxalis hyalotricha in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Oxalis hyalotricha>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 29/05/2012 - 20:00:39